Um flagelo silencioso 

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Em minha noite sombria,
Rodeei o teu túmulo.
A cada volta minha perguntava por ti,
Mas ninguém respondia-me cousa alguma,
Dentre os horrores da morte jaz o silêncio.

Num desespero de saudade segui pela rua a chamar pelo teu nome.
Gritei por ti como uma criança desesperada,
Mas ninguém ouvia-me.
Quisera eu ouvir uma vez mais: “Fala filho!”
O silêncio se impôs entre nós, entre teu mundo e meu.

Uma casa fechada aguarda a chegada de quem não vem.
Com saudades tuas até as paredes choram.
Choro eu, chora a casa, chora o passado e o futuro interrompido por tua partida.
Já não é aquele choro ruidoso, é o choro da saudade,
Silencioso, frio e cruel.

Dizem-me para ultrapassar esta fase,
Dizem-me que que a morte é natural,
Dizem-me que é preciso esquecer.
Dizem-me aqueles que nunca perderam-te
E nem amaram-te o quanto te amei.

Continuarei a ter sonhos,
Continuarei a ter saudades,
Continuarei a resistir o flagelo que o destino me impôs,
Continuarei reticente com os conselhos vazios,
Continuarei a sofrer por ter amado-te e por ter sido amado por ti.

por Luis A R Branco

  
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2 pensamentos sobre “Um flagelo silencioso 

  1. Para quem não passa pela dor é fácil dizer: “pare de chorar”, “Você tem que conformar”, “Crente não chora”, “deixe-o (a) descansar em paz”, “Você precisar enterrar (quem partiu)”…. e ai fica aquela romaria sem fim, causando chateação em quem ouve, em quem sofre. Chore, chore sim enlutado. Chore hoje que é o dia do luto!

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