Na madrugada,
Te olhava na porta do teu quarto,
Enquanto dormias incomodada com tuas dores.
Lembrei-me de quando era criança,
Uma vaga memória da tua presença ao meu lado
Nas noites em que estive doente.
Eu no início do meu caminho e tu no final da teu.
Olhei-te entre as penumbras da noite,
Teu corpo enfraquecido e magro confundia-se com as dobras da coberta.
Uma imagem inesquecível que gravou-se em minha mente.
Amei-te com a mesma ternura com que me amaste,
Desejei sofrer em teu lugar o tanto quanto tu desejaste sofrer no meu.
Uma troca de lugares não permitida por Deus.
Eu no meu sofrimento e tu no teu.
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Lindo!
Este lugar muitas vezes ocupo por meio dos meus sentimentos.
Senso apurado de justiça, de querer que outrem não sofra.
Como mãe e avó é o que sinto.
Embora não quisesse jamais ter a dor. Mas ela existe e ainda estamos neste mundo. Saudades dos meus filhos, do meu neto tão criança. Vontade em breve nos encontrar e assim podermos brincar sem parar. Vontade estar com eles, para afofar a saudade, para mui útil ser-lhes.
Linda e comovente poesia ! Muitas vezes , embora queiramos , não nos é concedido o direito de sentir e extirpar a dor do outro.